terça-feira, 24 de julho de 2007

Dia estranho

Hoje, esta manha, foi deveras estranho para mim, quase que me custa a entender.
Acordei cedo para ir a um funeral, do pai de uma grande amiga minha, que por sua vez, tem a maior força do mundo e na véspera não fez outra coisa do que nos tentar animar, ela! Ela que devia ser animada, ela que deveria estar no pior dia da vida dela, estava a tentar aguentar ao máximo e como sempre, a tirar o partido positivo de tudo até mesmo do impossivel... Mas ninguem é feito de ferro e como pessoa normal que é, houve momentos que se foi abaixo e nesses momentos... eram os que me custavam mais, dava-me umas ganas tão grandes de afastar todos os que estavam à sua volta e ir lá abraça-la, sem falar, sem dizer uma unica palavra, porque nestas alturas... as palavras não têm qualquer valor. Só me passavam imagens pela cabeça, os momentos que ela tanto me apoiou, os momentos que só a tinha a ela como único refugio, os pensamentos que tanta vez estavam consolidados, as batalhas pelas quais lutavamos lado a lado, e tantas outras coisas mais... sempre foi uma bengala para mim e eu... sentia-me inutil na altura que ela estava sem qualquer suporte para se aguentar...
Mas houve uma outra parte, que por mais dificil que seja de compreender... foi uma parte boa, quase optima. Os funerais só têm um unico lado bom, a união, o encontro, e não fugindo a regra... la estava um encontro que ha tantos meses se tentava marcar, forçado, tendo sido “marcado” atraves da pior forma. Tendo sido o local do enterro um sitio distante, tudo para nós era novo, mais se parecia a uma visita de estudo em que as unicas pessoas que faltavam eram os professores. O almoço que tem sido adiando semana atras semana, estava ali mesmo a acontecer, a maioria do grupo, tão, outrora, unido e hoje provando-se que essa união passou a um pacto indestrutivel, estava ali, num belissimo e divertido almoço marcado pela tristeza e pela ausencia da pessoa que mais quereria estar sentada na nossa mesa, não o podia, em primeiro lugar, teria que dar o apoio a familia. Outras coisas mais se passaram de divertidas, não nos viamos há bastante tempo, e como sangue quente que nos passa nas veias, transformamos cada coisa em pretexto de comédia, tornando-se quase de mau gosto, admito. Hoje, esses minutos ou horas já ficaram gravadas no meu “livro” das boas recordações, mesmo tendo sido na tal altura péssima, não vejo com tão maus olhos, pois é assim que a nossa amiga sempre nos quis, unidos e sem tristezas e foi assim que estivemos, pois ela merece todo o nosso carinho.

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