quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Directas

    Gosto de fazer directas. Assistir ao recolher das pessoas, ao fechar das persianas e ao silêncio a apoderar-se da noite. A cada hora que passa, o som da televisão baixa até ao ultimo traço e a solidão, nestas alturas, é a bênção que sabe tão bem para o momento chill out. O equilíbrio é restabelecido e sinto-me tão bem que até me apetece por uma boa musica e dançar. Mas não posso… tenho pessoas a viajarem por todos os lados, viagens que não devem ser interrompidas nem sequer por um zumbido de um mosquito.

    Estou unicamente eu, no meu bairro, nas minhas paredes e é as 6 da madrugada que é a pior altura. O frio faz-nos ter saudades dos edredões, o sono faz-nos pensar duas vezes se terá sido boa ideia não estar a recarregar energias ligados a tomada do colchão. Mas já não vale a pena e não passa de mera psicologia.

    O preto do céu passa para azul-escuro, vou vendo as pessoas a saírem de suas casas, sabe-se lá com que custo, para mais um dia, um dia incerto, perdido no futuro. O céu vai aclarando até o azul-bebé. Hoje está sol e com ele vem uma forte vontade de o ir cheirar à rua. Dou preferência aos 50 cêntimos que vou gastar na cafeína instalada no andar de baixo e à leitura do jornal com notícias que já as ouvi vezes sem conta no telejornal da manhã. Subo as escadas enquanto respiro profundamente o ar fresco das primeiras horas do dia, o sol cheira tão bem que até os meus pulmões se ressentem. Estava capaz de ir cumprimentar todos os meus vizinhos. Só me apetece abrir os braços e num gesto completamente ridículo, gritar até mais não!

Um dia lindo e eu que nem dormi… tenho mais energia que nunca!

Sabem bem as directas, só é pena que tenham que ser para estudar…!

1 comentário:

pézinhos disse...

prima...nunca escreveste tao bem como agr!!!
amo!!!
senti a directa em mim, senti a energia da noite!!
Estou completamente bokiaberta!
PARABENS