
Ultimamente têm me assombrado fantasmas do passado, mesmo achando-os já esquecidos, mesmo sabendo que isso será impossível. O certo é que andam ai, outra vez, para me atormentar...!
Há uns bons anos atrás, eu e a minha melhor amiga, imaginávamos como seria se conseguíssemos ouvir os pensamentos das outras pessoas. Chegamos mesmo a decidir que era na nuca o melhor local para o "botãozinho" que activaria a auscultação dos tais, pessoalíssimos, pensamentos.
Isto tudo porque sabíamos que as coisas seriam muito mais fáceis se de vez em quando viessem cá para fora as palavras que estariam a passar por esses neurónios. Sim, apesar de muita gente pensar o contrário eu continuo a achar que nada é melhor que a conversa, a verdadeira conversa. Por mais que doa, e muitas das vezes tendo uma conclusão da qual não estaríamos nada a espera. Mas que era o melhor… sem duvida.
Quantas vezes não sabemos lidar com uma pessoa ou com uma situação só porque a outra parte é uma "pedra muda"?! Talvez recebêssemos mais mimos, mais carinhos se soubéssemos dizer o quanto estamos carentes de um simples abraço. E erros que cometemos… as vezes nem nos apercebemos que os fizemos, mas se nos contassem…!
Se não falarmos, as coisas vão ficando retidas, vão acumulando, vai piorando e quando o "saco" rebenta, então, talvez, não haverá volta a dar e ai foi mais uma amizade, uma ligação cortada, perdida sem necessidade.
E como muitas vezes não consigo falar… fiz um blog... também ajuda.
Entrei em pânico! Sempre quis ter uma família grande, ou seja, sou das poucas pessoas (penso) neste país que quer ter três filhos… ou mais. E sempre gostei daquelas relações mãe - filho em que a diferença de idades não fosse muito grande (quanto mais nova a mãe fosse, melhor perceberia o filho e por isso, melhor se daria com ele).
E foi então que, ao fazer as contas da idade com que a minha mãe se casou e teve o primeiro filho, que eu… desesperei! Tirei a conclusão que tenho cinco anos para me casar! Tendo os meus pais tido dois anos e meio de namoro… resta-me a mim esses mesmos anos para encontrar o homem da minha vida, flirta-lo, namora-lo… e casar-me com ele! Para vir a ser o tal pai dos meus 3, ou mais, filhos e passar com ele, no mínimo… o resto da minha vida!
Estou, literalmente, feita ao bife! Se cinco anos já é pouco, quanto mais dois e meio?! Sinto o tic-tac no meu ouvido… relógio a passar e eu a querer ser mulher com casa cheia! Mas depois vem as belas ideias de que se só acabo o curso daqui a precisamente… dois anos e meio…. Como é que eu vou conciliar a belíssima carreira profissional, que eu quero, com a minha vida amorosa e depois a minha vida familiar? E os negócios que quero abrir? E as viagens a volta do mundo? Ui…! Estou mesmo a começar a entrar em pânico… e o raio do tic-tac a não sair do meu ouvido…!
Apanhei isto num artigo na internet e fiquei feliz. Afinal não sou a única…!
"Factos estranhos
Seis coisas esquisitas que são muito, mas mesmo muito normais, na vida de uma mulher
Muitos homens dizem que não nos conseguem compreender. Alguns sugerem mesmo que devíamos vir com um livro de instrucções que eles pudessem consultar sempre que lhes surgissem dúvidas.
É claro que não têm razão. Mas a verdade é que existem factos para os quais (ainda) não existem argumentos!
1. Dizer «está tudo bem» quando não está.
2. Ficar rabugenta quando está cansada.
3. Inscrever-se no ginásio e desistir três meses depois.
4. Chorar frequentemente e sentir-se aliviada por isso.
5. Descarregar o mau-humor em quem mais gosta.
6. Sentir-se feliz após um abraço."
No ano passado, talvez por ser o primeiro ano ou por outros factores envolventes não favoráveis, eu só queria estar num único sítio, faltava a todas as minhas responsabilidades, mentia e deixava que a preguiça se apodera-se de mim. Unicamente, para estar, para que não me tirassem, da minha cidade, onde cresci onde conheci os meus amigos, onde soube o que era bom e mau, onde para mim era o melhor sitio do mundo…!
Pois este ano, esta a ser completamente diferente. Cada dia, semana, que passa… mais longe daqui eu quero estar. Não gosto de nada, só o principal monumento da cidade é que se aproveita e mesmo assim… entristece estarem a deixa-lo ficar em mau estado. Das pessoas… à excepção de uma ou outra… punha-as todas no mesmo saco e o gasto do plástico seria mal empregue. Cidade pequena, em que toda a gente comenta sobre toda a gente, tudo procura escândalos e especulam, fazendo afirmações do que não é! E se for pelo lado negativo… torna-se a felicidade de todos. Mentes curtas, picuinhas, que não sabem pensar mais além e que a maior invenção é destruir a vida dos outros, pensando que só assim serão alguém na vida. O que pensamos ser o melhor amigo, aquela pessoa honesta e genuína, na verdade é a pior delas todas, em que o que mais tenta fazer é manipular. A palavra amizade não consta no dicionário desta terra, tais como todas as outras que o significado seja algo de bom.
Mas se eu fosse a pensar no lado arquitectónico… também nada dava, pois sinto-me "presa". Não há um mar para olhar para o horizonte; se vou passear acabo por ir dar, várias vezes, ao mesmo sítio; não existe um centro comercial para relaxar nas compras; as lojas estão a fechar tornando as ruas deprimentes; e lá esta… nem sequer temos pessoas hospitaleiras para receber ideias ou alguém novo.
É para esquecer. De onde eu cresci… só quero isso mesmo, a recordação de um sitio que me ensinou a não voltar…!
Gosto de fazer directas. Assistir ao recolher das pessoas, ao fechar das persianas e ao silêncio a apoderar-se da noite. A cada hora que passa, o som da televisão baixa até ao ultimo traço e a solidão, nestas alturas, é a bênção que sabe tão bem para o momento chill out. O equilíbrio é restabelecido e sinto-me tão bem que até me apetece por uma boa musica e dançar. Mas não posso… tenho pessoas a viajarem por todos os lados, viagens que não devem ser interrompidas nem sequer por um zumbido de um mosquito.
Estou unicamente eu, no meu bairro, nas minhas paredes e é as 6 da madrugada que é a pior altura. O frio faz-nos ter saudades dos edredões, o sono faz-nos pensar duas vezes se terá sido boa ideia não estar a recarregar energias ligados a tomada do colchão. Mas já não vale a pena e não passa de mera psicologia.
O preto do céu passa para azul-escuro, vou vendo as pessoas a saírem de suas casas, sabe-se lá com que custo, para mais um dia, um dia incerto, perdido no futuro. O céu vai aclarando até o azul-bebé. Hoje está sol e com ele vem uma forte vontade de o ir cheirar à rua. Dou preferência aos 50 cêntimos que vou gastar na cafeína instalada no andar de baixo e à leitura do jornal com notícias que já as ouvi vezes sem conta no telejornal da manhã. Subo as escadas enquanto respiro profundamente o ar fresco das primeiras horas do dia, o sol cheira tão bem que até os meus pulmões se ressentem. Estava capaz de ir cumprimentar todos os meus vizinhos. Só me apetece abrir os braços e num gesto completamente ridículo, gritar até mais não!
Um dia lindo e eu que nem dormi… tenho mais energia que nunca!
Sabem bem as directas, só é pena que tenham que ser para estudar…!