sexta-feira, 30 de outubro de 2009

“Tias”

    Há dois tipos de "tias", daquelas de Cascais. Existem as "tias sofredoras" e as "tias descontraídas".

    As "tias sofredoras" são aquelas que ligam muito à imagem. Passam os dias na cabeleireira e no ginásio, tomam todos os comprimidos e mais algum, dos anti-oxidantes, aos depurativos, o de fazer xi-xi, até para tirar manchas indicadoras de idade. O melhor amigo é o cirurgião plástico e as clínicas são a segunda casa. Roupas apertadinhas, de preferência a imitar pele de leopardo e com acessórios dourados para condizer com o cabelo loiro pintado. Carro bom que o marido comprou para disfarçar os dramas do interior da casa.

    Já as "tias descontraídas" são bem diferentes. Antes de mais, vestem-se "à homem". Moucassins, calças de ganga e uma camisola azul escura acompanhadas de uma mala ou mochila castanha. Cabelo, geralmente, curto e por pintar. Sem maquilhagem e o único ginásio é andar a pé ou de bicicleta. São mães de famílias numerosas, e adoram brincar com os netos. Não se importam minimamente com a imagem e muito menos por teres um carro velho e pequeno. Não se calam a nada, pois não deixam ser pisadas por maridos e por isso, muitas são divorciadas. São as mais cultas, as que sabem a ética, etiqueta e protocolo e é graças a isso que chegam a ser professoras nas faculdades.

    Obviamente que têm coisas em comum. Como por exemplo, tratarem toda a gente por "vocês", darem só um beijo, terem o "nariz empinado", serem ricas ou pelo menos, aparentam-nos ser, etc, etc.

    Resumindo: isto é o que dá não ter mais nada para fazer nas minhas viagens de comboio…

1 comentário:

pipanuttree disse...

Eh lá, análise social de Cascais no seu melhor, hein? ;)