Existem acontecimentos que fazem abanar as nossas crenças, as nossas convicções, fazem-nos pensar no propósito de nós estarmos cá, se o nosso destino já está ou não traçado, se o sofrimento faz parte do amadurecimento e até que ponto teremos que sofrer para que o futuro, possivelmente já traçado, se cumpra.
Deus lá terá as suas razões, "escreve direito por linhas tortas", mas não consigo entender o porquê de privar duas crianças, uma de 9 e outra de ano e meio, a crescerem sem mãe. Já bastava o que foi sofrido e o mau momento passado por aquela família, já havia o sabor da carência naquele olhar, naquelas reacções e agora… agora foi-lhe tirado, o que mais precioso poderia ter na sua infância, o amor de mãe. Porquê? Pergunto-me eu, qual é o propósito? Já deve ser tão difícil quando a velhice as leva, quando já não precisamos que elas nos ensinem, nos dêem mimos, nos ralhem, etc. Quanto mais quando ainda nem sequer sabemos o quanto valem para nós.
Será assim tão necessário pôr uma criança a chorar todas as noites porque lhe falta quem mais quer, porque nem sequer se vai conseguir lembrar de quando era agarrado e acarinhado por aquela pessoa que a cara só aparece em fotografias?!
Lá haverá as suas razões e só o futuro nos dirá, mas continuo a não entender…!